domingo, 25 de abril de 2010

San Pedro de Atacama: Um lugar de outro Mundo

Existem alguns lugares do nosso planeta que parecem ser de outro mundo. E o deserto de Atacama é um deles. Localizado na região norte do Chile, com altitudes que variam desde quase ao nível do mar até 6.885 metros, é considerado o deserto mais alto e mais árido do mundo, sendo. Possivelmente é o lugar na Terra que passou mais tempo sem chover, sendo registrados 400 anos sem indícios de chuva. Apesar de não ter chuvas é comum nevar na região perto dos vulcões.

Devido às difíceis condições climáticas e geográficas, o deserto tem poucos povoados. Um dos poucos, mas muito conhecido, é San Pedro de Atacama, que tem pouco mais de 3.000 habitantes e está a 2.400 metros de altitude. O povoado tem uma vida agitada, com vários hotéis, pousadas, bares, restaurantes e lojas de artesanato local, servindo de ponto central para o turismo na região.

Com suas peculiares geografia e sua história, o Deserto do Atacama é procurado por turistas em busca de aventura, desde a prática de trekking, montanhismo, cavalgadas, off-road, até mountain bike e sand board. Além disso, atrai arqueólogos por seus interessantes artefatos arqueológicos e históricos, incluindo múmias com mais de 1000 anos deixadas pelos Chinchorros (antigos habitantes da área). Os astrônomos também apreciam a altitude, a reduzida presença de luzes artificiais das cidades e os céus limpos para realizar suas atividades. Não faltam viajantes de outras tribos como exotéricos e malucos-beleza.

A geografia da região é variada e conta com salinas, gêiseres, vulcões, lagoas coloridas, vales verdejantes e canyons de água cristalina. Suas principais atrações são:

- Valle de la Luna: Famoso por sua semelhança com a superfície lunar, está localizado na zona da Cordillera de la Sal. Talvez seja a sensação mais próxima de estar fora do nosso planeta e a vista é de tirar o fôlego. Destaque para as Três Marias, Anfiteatro e cavernas. Há uma grande quantidade de Cristais de sal. Os passeios normalmente têm uma duração de 2-3 horas e percorrem uma distancia de aproximadamente 17 Kms. Clique aqui para ver o que um amigo escreveu sobre sua visita ao Valle de la Luna.


- Salar de Atacama: Localizado ao sul de San Pedro está o centro do impressionante Salar de Atacama. A lagoa Chaxa, habitada por flamencos e localizada nos salares, proporcionam um espetáculo fenomenal refletindo os vulcões Lascar e o gigante Licancabur, que podem ser avistados durante grande parte do trajeto de 38 Kms que leva até o povoado de Toconao. O passeio toma em torno de 3-4 horas.

- Geyser del Tatio: A parte mais difícil da visita é ter que acordar tão cedo... às vezes por volta das 3:30 da manha... mas o sacrifício vale a pena! Esse campo geotérmico que está localizado a 4.300 metros de altitude, aos pés do vulcão Tatio, apresenta um show natural de rara beleza todos os dias, ao amanhecer, quando afloram jatos de vapor dos poços de água fervente, gerando colunas de vapor de até 11 metros. O passeio é longo, pode tomar até 8 horas e percorre 89 Kms de “morro acima”. Muito cuidado ao caminhar entre os poços (pode haver sérias lesões aos descuidados) e respeite as sinalizações no local que não foram colocadas aleatoriamente.


- Termas de Puritama: São poços de águas termais (com temperatura média de 30º C) derivados do rio Puritama que produz águas quentes. O tour toma de 4-5 horas e está a 28 Kms de San Pedro.

- Pukará de Quitor: Estas são as ruínas da fortificação construída pelo povo atacamenho para se defender de outros povos que habitavam a região do deserto. Faça o passeio com um guia que contará as curiosidades dessa construção. O passeio tem uma duração aproximada de 2 horas e está a somente 3 Kms.

- Valle de la Muerte: Esse vale montanhoso e arenoso está localizado muito próximo a San Pedro. Para chegar até os visitantes passam pela Cordillera de la Sal que tem esculturas naturais extraordinárias. As pessoas costumam se reunir no alto de grandes dunas para apreciar a vista da região e o pôr-do-sol (às vezes, juntamente com o nascimento da lua), quando as cores das montanhas e do céu sofrem uma dramática transformação, com matizes que não são vistos normalmente. É um passeio que normalmente leva 2 horas e percorre uma distancia de 3 Kms.

- Lagunas Altiplanicas: As lagoas Miscanti e Miñique estão localizadas a mais de 4.000 metros acima do nível do mar. Para chegar lá o viajante deve recorrer uma distancia de mais de 90 Kms e dura aproximadamente 5-6 horas. No caminho pode-se avistar muita vida silvestre, incluindo os famosos Guanacos e Emus que vivem na região.

- Ruinas de Tulor: São parte importante do conjunto arqueológico da região. Tulor é um antigo povoado atacamenho de mais de 3.000 anos que estava coberto pela areia do deserto. Uma parte das construções foi recuperada por um projeto de pesquisadores e pode ser visitado.

- Museu Arqueológico Padre Le Paige: Esse pequeno museu é uma visita obrigatória pelo seu valor histórico. Lá está uma coleção de mais de 380.000 peças que correspondem ao periodo desde as origens da cultura atacamenha até a chegada dos espanhóis.

- Iglesia de San Pedro: É a maior igreja da região e também a mais bela. Tem importância histórica e foi sede paroquial antes de 1641.


A única coisa que não funcionou na minha viagem ao Deserto de Atacama foi minha máquina fotográfica, que me deixou na mão logo no primeiro dia de viagem... e esse é um lugar que inspira fotografias... me senti chegando à Lua e sem ter uma máquina para registrar o fato. Por isso, a maioria das fotos neste post não são minhas, elas foram gentilmente cedidas pelo Universo, meu pai, que é um excelente fotógrafo amador.

Minhas Dicas:
  • Onde ficar: Existem varias boas opções de hotéis em San Pedro de Atacama. Eu estive hospedado no Hotel Tulor (C/ Domingo Atienza s/n, Tel: +56-55 851027) que oferece boas instalações, serviço e café da manha, além de estar muito bem localizado. Outras boas opções são o sofisticado Hotel Explora (C/ Ayllú de Larache, Domingo Atienza S/N, Tel +56-2 2066060), ou o exclusivo Hotel Kimal (C/ Domingo Atienza 453, Tel: +56-55 851152) que tem uma atmosfera de hotel boutique, ambos recomendados por amigos que estiveram por lá.

  • Onde comer: A atmosfera ‘cosmopolita’ do povoado se reflete na culinária de San Pedro. Minha escolha favorita é o Café Adobe (C/ Caracoles 211, +56-55 851132) que talvez seja o ponto mais concorrido nas noites do povoado. Já o Café & Cia. (C/ Toconao 568, Tel: +56-55 851506) oferece opções de comidas ligeiras num quintal sombreado. Outro local, que não conheci e é novo, mas foi recomendado é o Blanco (C/ Caracoles 195, Tel: + 56-55 851301). Finalmente está o Restaurante Paacha (C/ Domingo Atienza 453, Tel: +56-55 851152) que é parte do Hotel Kimal e oferece uma cozinha internacional excelente.
  • O que e onde comprar: San Pedro tem uma variada opção de lojas onde podem ser encontrados artesanatos locais. Destaca-se o atelier La Mano de Arte (Tel: + 56-08 2190627) da ceramista e escultora Tatane Duran, cujo lindíssimo trabalho está em exposição permanente no Café Adobe.
  • Quando ir: Recomendo ir durante a primavera, quando chove menos. A oscilação térmica que vai de 8º a 25º C ocorre em outras épocas do ano de qualquer forma.
  • Como chegar: Não existem vôos a San Pedro de Atacama que está localizado a 1.670 ao norte de Santiago de Chile. O aeroporto mais próximo está em Calama, onde chegam 8 voos diários desde Santiago durante a semana e 5 voos nos fins de semanas. As companhias aéreas que operam este destino são Lan Chile e Sky Airlines.
  • O que levar: Em qualquer época do ano é recomendável levar roupa para clima de calor (bermudas, camisetas e trajes de banho) pra usar durante o dia, e roupa frio (casacos, blusas de lã, calça comprida, etc) para a noite que é bastante fria. Não se esqueça de levar protetor solar!
  • O que não levar: Expectativas com relação à infra-estrutura de San Pedro. As ruas são de terra, os hotéis e restaurantes são agradáveis mas estão longe de oferecer luxo. É um destino para turistas que gostam de natureza e aventura e isso faz parte do espírito do lugar.
  • O que não deve deixar de fazer: Além de todas as opções de passeios turísticos, uma atração imperdível é o Tour Astronômico oferecido pela agencia SPACE (C/ Caracoles Nº 166, Tels: +56-55 851935 / +56-9 817 8354), no qual o astrônomo francês Alain Maury leva os viajantes a um centro de observações ao ar livre, localizado a 10 minutos do centro de San Pedro. Os equipamentos são de primeira e as lições de astronomia são excelentes. No final do tour que toma aproximadamente 3 horas, os visitantes recebem chocolate quente e participam de uma apresentação muito interessante.
  • Para mais informações sobre San Pedro de Atacama: http://www.sanpedroatacama.com/
Importante:

  • Planeje bem a viagem para não perder tempo. Lembre-se que a distancia entre o aeroporto de Calama e San Pedro é de 98 Kms, sem contar os tempos com trâmites no aeroporto, que consomem parte do tempo disponível das viagens.
  • San Pedro e grande parte das atrações estão numa região de grande altitude o que pode provocar mal-estar em muita gente. Se possível, recomendo chegar e descansar pra dar tempo ao organismo se adaptar à altitude, além de tomar os passeios com calma e caminhar num ritmo tranqüilo.
  • Para visita aos geysers levar roupa de frio (bem grossa) já que a temperatura geralmente está abaixo de zero nas manhãs, traje de banho se quiser se aventurar nas termas (ainda que vi muitos europeus nadando com roupas de baixo e até como Deus os colocou no mundo, sem dar a mínima...), toalha e água mineral. Aproveite pra tomar café da manhã com leite fervido e ovo cozido nas águas dos geysers.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Dicas Úteis: Evitando Gafes – Relações Sociais (Parte 5)

Mais dicas pros viajantes desavisados! Convidado pra algum evento ou festa? Como saber o que vestir? Como presentear? Qual é a hora certa de chegar? Mais dicas pra não estragar a festa...

Com Que Roupa, Com Que Roupa Eu Vou? Como Evitar Saia Justa:
  • Procure se informar qual é o “dressing code”. É fácil, se o convite não informar, pergunte ao anfitrião ou a um local qual é a melhor forma de aparecer vestido.
  • Nos países islâmicos, principalmente nos mais ortodoxos, as mulheres andam cobertas da cabeça aos pés, sem expor braços ou pernas. Os cabelos também ficam escondidos sob um véu, que só pode ser retirado diante do marido. Dos homens, espera-se que andem com camisas de mangas longas e calças compridas. No período do Ramadan, esqueça as cores fortes, especialmente o vermelho.
  • Na Índia, a menos que queira ser mais fotografado do que o Taj Mahal, não use roupas justas e decotadas.
  • No Egito, só vista roxo se estiver de luto.
  • Na Europa, saiba que os minúsculos biquínis brasileiros causam furor. Ali, o topless é encarado com naturalidade - mas as tangas, decididamente não.
  • A cor branca está associada à morte em países asiáticos como o Japão e a China, sendo também a cor das vestimentas de funerais. Nesses países, a cor preta é utilizada em casamentos.
  • Na Europa, na América e em outros países, a cor branca é uma cor positiva, usada em casamentos, especialmente pelas noivas.
  • No México, é a cor amarela que está associada à morte.

É Dando Que Se Recebe:

  • Nunca, jamais, em hipótese alguma, dê um presente na Arábia Saudita ou no Marrocos a uma mulher casada. Seria tremenda ofensa ao marido.
  • Nos países orientais, ofereça o presente com as duas mãos e não o tome de volta se ele for recusado até três vezes. Faz parte da etiqueta. Também não espere que seja aberto na sua frente: eles acham que é dedicar mais importância ao objeto do que ao ato em si.
  • Na Coréia do Sul, China e Japão, evite dar presentes compostos de quatro unidades, pois o número traz mau agouro. Em Hong Kong, opte por um par de objetos. Um só dá azar. No Japão e na China, não embrulhe o pacote com papel branco, que é a cor do luto, e nunca dê um relógio, pois simboliza a morte para esses dois povos.
  • Um chapéu ou boné verde dado a um chinês é a mesma coisa que dizer que a mulher o está traindo.
  • Não presenteie um hindu com artigos de couro - as vacas são sagradas para eles.
  • A tradição, na Europa, é enviar buquês com número par de flores.

Na Hora Certa E No Lugar Certo:

  • Pontualidade não é somente para os ingleses. Também os suíços, alemães, escandinavos e orientais em geral estão entre os povos mais pontuais do mundo. Em seus países os trens partem, por exemplo, em horários quebrados - como 9h37.
  • Nos Estados Unidos, espera-se que, ao reservar uma mesa num restaurante, a pessoa chegue com cerca de quinze minutos de antecedência.
  • Espere os Japoneses chegando antes da hora marcada, enquanto europeus chegando pontualmente. E, obviamente, esteja pronto para recebê-los.
  • É normal em muitos países que os convites tenham hora para começar e terminar. Respeite a hora informada no convite, tanto para chegar como para ir embora.
  • Já na América Latina, o conceito de pontualidade pode ser bem elástico. Mas tenha em mente que chegar atrasado é visto como um desrespeito ao tempo dos outros.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Receita: Gazpacho Andaluz

Já que estive escrevendo sobre a cidade de Sevilla recentemente, resolvi postar a receita de um dos meus pratos favoritos pros dias de calor que é típico da região. Conheci o Gazpacho, uma sopa fria, durante o período que estive morando em Sevilla, graças à Doña Rosário, com quem aprendi um pouco a apreciar a culinária Andaluz. Recentemente, voltei a preparar esta entrada no almoço do domingo de páscoa e meus convidados gostaram bastante.

Preparo: 30 minutos

Rendimento: 6 porções (Sirva como entrada de verão)

Ingredientes:

  • ½ Kg de tomates maduros.
  • Miolo de 4 pãezinhos adormecidos
  • Sal
  • 4 colheres (sopa) de azeite de oliva
  • 2 colheres (sopa) de vinagre
Acompanhamento:
  • Pepino;
  • Pimentão verde;
  • Cebolinhas novas;
  • Pão frito no azeite;
  • Ovo duro moído.
Modo de Preparo:

  1. Tire a pele e as sementes dos tomates.
  2. Deixe o pão de molho na água fria por 15 minutos. Retire, esprema o excesso de água e bata no liquidificador, juntamente com os tomates, até obter um creme fino.
  3. Junte o sal, o azeite, o vinagre e ¾ litro de água. Sirva com cubos de gelo, acompanhado de pepino picado, pimentão e cebolinhas, pedacinhos de pão frito no azeite de oliva e/ou ovo duro moído.

domingo, 18 de abril de 2010

Curiosidades: Síndrome de Stendhal

A Síndrome de Stendhal está relacionada com a overdose de beleza. É uma doença psicossomática bastante rara, caracterizada por aceleração do ritmo cardíaco, vertigens, falta de ar e mesmo alucinações, decorrentes do excesso de exposição do indivíduo a obras arte, sobretudo em espaços fechados.

O nome da síndrome se deve ao escritor francês Stendhal (pseudônimo de Marie-Henri Beyle, imagem à direita) que, tendo sido acometido dessa perturbação em 1817, fez a primeira descrição detalhada dos seus sintomas que foram publicadas no livro Nápoles e Florença: uma viagem de Milão a Reggio. Após observar por muito tempo alguns afrescos, descreveu sua experiência como: "A onda de emoção que me tomou era tão profunda que apenas podia se distinguir da inquietação religiosa. Quando saí do porto de Santa Croce, meu coração se pôs a bater com força; e segui andando com um medo persistente de cair no chão”.

É uma doença que acomete muitos viajantes que vão a Florença. Quem já esteve na Galeria Uffizi (foto à esquerda), sabe o que essa síndrome pode causar...

sábado, 17 de abril de 2010

Sevilla! Olé!

Segundo os espanhóis, as cidades mais bonitas de seu país começam com a letra “S”: Salamanca, Santander, San Sebastián, Santiago de Compostela... a julgar por Sevilla, estou de acordo com esta definição.

Pode-se dizer que Sevilla é a representação da Espanha que vive no imaginário internacional, com suas elegantes mulheres em seus belos vestidos, a alegre e melancólica música flamenca e suas esbeltas ‘bailaoras’, a boa comida, as festas religiosas, os toureiros, as corridas de touros e os gritos de olé!

Tive a sorte e prazer de viver nessa cidade por um curto período de tempo, que foram alguns dos melhores dias da minha vida... Tudo em Sevilla é especial e único: clima, arquitetura, luz, sons, gostos e o inconfundível cheiro dos ‘naranjos’ na primavera.

A cidade, que atualmente é a capital da comunidade autônoma da Andalucía, foi um dos principais centros econômicos mundiais em vários períodos da história, principalmente durante o Império Espanhol, depois do descobrimento das Américas, servindo, durante muitos anos, como o elo entre a Europa e a America Latina. Tudo isso está muito bem documentado no seu famoso Archivos de Índias, o maior centro de documentação sobre a colonização espanhola.

A arquitetura da cidade também conta sua história, Entre seus monumentos mais representativos se encontram a Catedral Giralda, os Reales Alcázares, a Torre del Oro e La Maestranza. Alguns desses monumentos foram declarados Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1987. O Museo de Bellas Artes de Sevilla é o museu mais visitado da Andalucía e a segunda pinacoteca mais importante da Espanha.

Com tantas opções e atrações, o melhor é organizar a visita a Sevilla, dividindo a cidade em três setores:

El Arenal

Lá estava o antigo porto de Sevilla, à beira do rio Guadalquivir, onde se encontravam os arsenais e quartéis de artilharia. As principais atrações deste setor da cidade são:


- Plaza de Toros La Maestranza: Uma das mais antigas e famosas arenas da Espanha, caracterizada pela cor amarelo-ocre da sua arena. Durante a Feria de Abril, os toureiros se arriscam ao máximo para oferecer o melhor espetáculo durante em busca de fama e fortuna. Tive a sorte de estar lá no dia 1º de maio de 2000, para ver o principal matador, Emilio Muñoz, ser retirado da arena depois de ser chifrado no seu primeiro touro e deixar que Dávila Miura ganhasse a tarde, depois de fazer uma apresentação grandiosa, recebendo as duas orelhas do touro e ser carregado nos ombros pela porta principal. O jornal El Pais, narrou o episodio assim:

“(...) Y de esta manera, al sexto toro, que desarrolló pastueña nobleza, le hizo un faenón, principalmente por naturales, ligados todos en una parcelita reducida de albero que era precisamente el centro geométrico del redondel. No hubo exquisiteces; si dominio, valor, emoción, sobrada torería, que suscitaron en la plaza un alboroto de entusiasmo. Cuadró en el mismo centro del redondel, mató a volapié neto, marcando lento y seguro sus tiempos, y ganó a ley las dos orejas que le fueron concedidas por aclamación. (...)”

- Torre Del Oro: Foi construída no século XIII para proteger o porto e hoje é um pequeno museu marítimo.

- Teatro de La Maestranza: Sede da Orquestra Sinfônica de Sevilla, que recebe freqüentemente apresentações de ópera de dança.

- Museo de Bellas Artes: É uma das melhores pinacotecas espanholas. A coleção de pinturas e esculturas do museu tem obras do período medieval à idade moderna, com obras de Murillo, Juan de Valdés Leal e Zurbarán. Entre as principais obras se encontram La Servilleta e La Inmaculada.

- Iglesia de La Magdalena: É uma imensa igreja de estilo arquitetônico barroco, do século XVI, onde Murillo foi batizado. Abriga obras de Zurbarán e Francisco Ocampo.

- Hospital de La Caridad: Construção típica da arquitetura barroca sevilhana, abriga importantes obras como Finis Gloriae Mundi e In Ictu Oculi de Valdés Leal, entre outras importantes obras de Murillo.

- Rio Guadalquivir: Vale à pena passear no fim de tarde pelo largo passeio de Cristóbal Colón, que é uma avenida arborizada que segue o curso do rio.

Barrio de Santa Cruz

É minha parte favorita da cidade. Esse antigo bairro judeu é um labirinto de pequenas ruas onde a cada esquina se encontra um detalhe, uma surpresa, praças escondidas, bares, pátios andaluces e alguns dos principais monumentos de Sevilla.

- La Catedral Giralda: É o monumento mais famoso de Sevilla e a terceira maior catedral da Europa. O nome dessa catedral gótica vem do seu campanário, uma estatua de bronze do século XVI que representa a fé. A subida da torre é um passeio imperdível e é feito por rampas internas, que permitiam os religiosos antigamente subir até o campanário à cavalo.

Dentro da Catedral estão vários monumentos, tais como o Retablo Mayor, a Puerta de la Asunción, a Capilla Mayor e o túmulo de Cristóvão Colombo. Segundo a lenda local, os visitantes que tocam as granadas que decoram o túmulo, sempre voltam a Sevilla. Funcionou comigo...

Na saída da Catedral está o Pátio de los Naranjos, onde os fiéis islâmicos dos tempos árabes lavavam as mãos e os pés na fonte antes das orações. Na saída do belo pátio está a Puerta Del Perdón.

- Reales Alcazares: Esse palácio que é um magnífico conjunto que serve de residência para a família real quando vão a Sevilla. O palácio está repleto de construções mudéjar - arquitetura de influência hispânico-muçulmana sobre as construções cristãs –, jardins e pátios belíssimos. Minha sugestão é fazer a visita com um guia eletrônico e tomar o tempo necessário para desfrutar de cada detalhe dessa maravilha.

- Casa de Pilatos: Um dos palácios mais suntuosos de Sevilla tem esse nome por recriar a casa de Pilatos em Jerusalém. Um passeio imperdível que deixa os visitantes assombrados com os detalhes da construção, a qual abriga arquitetura mudéjar, obras de arte, esculturas, jardins e fontes.

- Archivo de Índias: Neste centro de documentação estão mais de 86 milhões de manuscritos e 8.000 mapas e desenhos que ilustram a colonização do “Novo Mundo”, alem de cartas de Cristóvão Colombo, Hernán Cortes e Cervantes.

- Hospital de Venerables: Esse antigo asilo para sacerdotes foi convertido em centro cultural e é uma construção importante do conjunto arquitetônico de Sevilla. Sua principal atração é a pintura de Valdés Leal que adorna o teto da sacristia e que da ao visitante uma incrível sensação e visão tridimensional.

Arredores do Centro

Existem varias atrações nos arredores do centro que valem a pena visitar:

- Basílica de la Macarena: Construção neo-barroca onde está a imagem da Virgen de la Esperanza Macarena. O museu da Hermandad que faz parte do conjunto expõe magníficas jóias e roupas utilizadas nas procissões da Virgem.

- Convento de Santa Paula: Abriga um museu com galerias repletas de quadros e objetos religiosos. Na saída os visitantes podem comprar geléias e doces preparados pelas 40 religiosas que vivem no convento.

- Parroquia de San Pedro: Importante igreja de arquitetura sevilhana que tem um pátio de arcos decorado com afrescos do século XVII. Atrás da igreja, na rua Doña Maria Coronel, os visitantes podem comprar bolos e biscoitos feitos pelas freiras do convento Santa Inés.

- Parque de María Luisa: Esse parque que abriga a Plaza de España e magníficos jardins é uma excelente opção para relaxar e fazer uma caminhada para descansar.

- Real Fábrica de Tabacos: Neste edifício, que atualmente é parte da Universidad de Sevilla, se fabricavam no século XIX aproximadamente ¾ dos cigarros que se fumavam na Europa, por umas 10.000 cigarreiras. Umas mulheres temperamentais que inspiraram a criação de Carmen, pelo escritor francês Mérimée.

- Triana: Este setor, do outro lado do Guadalquivir, já foi, um dia, um bairro Cigano. A cerâmica de Triana é famosa e vale à pena visitar as muitas lojas que lá estão. Nas quintas-feiras alguns bares oferecem apresentações de música flamenca.

A presença árabe não deixou marcas somente na arquitetura de Sevilla, mas também na culinária que é rica e variada. Aproveite a visita para saborear uma variedade de “tapas”, as pequenas porções de comida, parecidos com o “tira-gosto”, nos muitos bares que estão por toda a cidade.

Além disso, há uma grande quantidade de restaurantes escondidos nas vielas e praças, onde a recomendação é parar para descansar, de preferência, sob a sombra de um “naranjo” e deliciar alguns pratos imperdíveis como o refrescante gazpacho, pescado a la sal, tortilla de patata ou um rápido emparedados de pata de jamón ibérico, acompanhado de um tinto de verano. É importante lembrar que a região da Andaluzia produz bons vinhos, vinagres e cerca de 1/3 do azeite consumido na Europa.

Se a viagem está programada para os meses de Abril ou Maio, então a dica é aproveitar algumas das melhores e mais tradicionais festas da Espanha. A maioria dessas festas tem origem religiosa, como a Semana Santa, Rocio e Corpus Christi. Porém, a mais animada de todas é a popular Feria de Abril, quando toda a cidade pára durante uma semana, em seus trajes típicos, para festejar, cantar, comer e beber. Simplesmente imperdível!

Minhas Dicas:

  • Onde Ficar: Recomendo o Hotel Murillo (www.hotelmurillo.com – Tel: +34 954 216 095), localizado na C/ Lope de Rueda 9. Barrio de Santa Cruz, que está muito perto da Catedral e do Alcázar. Uma alternativa é alugar um apartamento, que dá mais espaço e liberdade, especialmente se a estadia é mais longa. Minha recomendação são os Apartamentos Murillo, localizados na C/ Reinoso 6. Barrio de Santa Cruz.
  • Onde Comer: No Corral Del Água (www.corraldelagua.es – Tel: +34 954 224 841 - Calle del Agua, 6, Barrio de Santa Cruz), para comer no agradável e arborizado pátio, saboreando típicos pratos andaluzes, como a Cola de Toro. Já a Casa Robles (www.casa-robles.com – Tel: +34 954 213 150 - C/ Álvarez Quintero, 2) serve peixes, frutos do mar, além de boas carnes e os famosos “tapas”.
  • Onde comer tapas: Há varias opções na cidade, praticamente em todas as esquinas. Uma boa opção é na C/ Mateos Gagos 2, onde está localizado o bar Giralda (+34 954 228 250).
  • Para ver flamenco: Definitivamente a melhor opção é assistir o espetáculo no Los Gallos (www.tablaolosgallos.com - +34 954 216 981 - Plaza de Santa Cruz, 11), o melhor tablado em Sevilla.
  • Para escutar flamenco: Uma boa opção é La Carboneria (+34 954 214 460 - C/ Levies 18), escondida atrás de um portão de ferro numa rua anônima. Outra sugestão é cruzar a ponte Isabel II nas quintas-feiras e ir ao La Taberna, em Triana (www.iespana.es/latabernadetriana/sitios_de_interes.htm - + 34647.64.77.30 - C/ Duarte, 3).
  • Para a ressaca no fim de noite: Coma churros na entrada da ponte para Triana antes de ir pra casa...
  • Quando ir a Sevilla: Definitivamente, evite o verão europeu. O calor da cidade é insuportável.
  • O que levar: Uma máquina fotográfica semi-pro. Fez falta nas duas viagens que fiz a Sevilla. E sapatos leves para caminhar (bastante).
  • Compras: A Calle de las Sierpes é uma rua comercial fechada para pedestres no centro histórico, onde convivem lojas de roupa, confeitarias, souvenires turísticos, entre outras. Tem ruas paralelas, como Tetuán e Cuna, que oferecem atrativos similares. Outra opção é a famosa El Corte Inglés (www.elcorteingles.es).

Importante:

  • Recomendo, se tiver a oportunidade, de fazer um passeio em carruagem, pelas ruas de Sevilla. O serviço está disponível em frente da Catedral Giralda. Não se esqueça de negociar o preço antes de começar o passeio.
  • A “siesta” é levada a sério em Sevilla. Depois do almoço todos vão pra casa dormir e voltam pra rua somente por volta das 4-5 da tarde. Durante o período da siesta, Sevilla vira uma cidade fantasma e tudo está fechado, por isso, o melhor é adaptar a programação da viagem ao habito da cidade. Aproveite para adquirir o habito de fazer a siesta também. É muito agradável e ajuda a agüentar o ritmo da cidade, já que normalmente as pessoas estão na rua até as 12 da noite.
  • Os espanhóis têm um tom de voz muito forte e têm o hábito de falar todos ao mesmo tempo. Toma algum tempo acostumar... mas é bom saber pra não ficar com a sensação que eles são mal educados. Muito pelo contrario, os Sevilhanos são muito educados e gentis com os turistas. Em poucos lugares vi os residentes tratarem tão bem os turistas.